Entre a Lama e a Coragem: PRF Mostra Bastidores de Resgate nas Enchentes do RS

Em uma iniciativa que mistura arte, memória e reconhecimento, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apresenta ao público o documentário “Sem estradas, com bravura: a atuação da PRF na maior enchente do Brasil”, produção que revive momentos dramáticos vividos durante a tragédia que paralisou o Rio Grande do Sul. A estreia acontece no palco do 53º Festival de Cinema de Gramado, em sessão especial no Teatro Elisabeth Rosenfeld.

O filme, dirigido pelos policiais rodoviários federais Davi Fernandes e Mateus De Paula, transporta o espectador para o coração da catástrofe. Em meio à lama, ao frio e às chuvas incessantes, agentes e moradores relatam a luta diária para salvar vidas, quando as estradas — símbolo e principal campo de atuação da PRF — estavam completamente bloqueadas.

Mais do que registrar imagens de resgate, a obra mergulha no lado humano da operação. Os relatos, por vezes emocionados, revelam a angústia, o medo e a determinação que moveram equipes inteiras a agir em condições extremas. Cada cena reconstrói a urgência daqueles dias, mostrando que a missão de proteger vai além do asfalto: ela se estende aos rios transbordados, às áreas isoladas e às famílias desabrigadas.

O documentário também cumpre o papel de preservar a memória coletiva de um episódio que, mesmo após um ano, continua a marcar a paisagem e a vida da população gaúcha. Ruas e casas ainda em reconstrução formam o pano de fundo para depoimentos que resgatam não apenas os fatos, mas também a solidariedade que se multiplicou nos momentos mais críticos.

A escolha do Festival de Cinema de Gramado como palco para a exibição reforça a intenção de aproximar o público da realidade enfrentada pelos profissionais de segurança. Além da sessão, a PRF participa do evento com ações de educação para o trânsito e uma exposição de viaturas, criando oportunidades para que visitantes conheçam de perto a rotina e os equipamentos utilizados pela corporação.

“Sem estradas, com bravura” não é apenas um registro institucional, mas um retrato de resistência coletiva. É a história de quem, diante da força implacável da natureza, escolheu permanecer no front, enfrentando riscos para que outros pudessem sobreviver. Ao levar essa narrativa para um dos maiores palcos do cinema brasileiro, a PRF dá voz a heróis anônimos e reafirma que, mesmo sem caminhos abertos, é possível avançar quando há coragem para seguir.