Esse é o segundo tipo de câncer mais incidente na população masculina e o segundo que mais mata. Especialista explica fatores de risco e como prevenir
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de próstata é o segundo tipo mais incidente entre os homens em todas as regiões do país, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma. No Brasil, estimam-se 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano para o triênio 2023-2025. Atualmente, é a segunda causa de óbito por câncer na população masculina. Na tentativa de reverter esses números, todos os anos a campanha Novembro Azul busca alertar para a necessidade dos exames preventivos.
Segundo o médico André Berger, urologista especialista em cirurgia robótica para o tratamento de doenças benignas e cânceres geniturinários, a idade e o histórico familiar são os principais fatores de risco para o câncer de próstata. “A maior parte dos casos ocorrerem a partir dos 60 anos. E o histórico familiar segue sendo o fator para estarmos mais atentos. Se o paciente tiver um parente de primeiro grau que apresentou a doença, o risco aumenta exponencialmente. Mas questões como a obesidade ou a alimentação com embutidos estão sendo estudadas como possíveis fatores de risco também”, revela.
O especialista explica que a maioria dos cânceres de próstata precoces não apresentam sintomas. Porém, destaca a importância de estar atento aos sinais de alerta, que podem indicar alterações benignas ou malignas na próstata. “É preciso ficar de olho em alterações no fluxo urinário, como diminuição e início tardio do jato, bem como a micção excessiva à noite. Também a ocorrência de dor ao urinar ou ao ejacular. Dor lombar também pode ser um sintoma associado. Em casos mais avançados, é possível o aparecimento de sangue na urina, dor abdominal, anemia, perda de peso involuntária e fadiga”, relata.
Como prevenção, André Berger destaca a importância da manutenção do peso corporal, além da adoção de hábitos saudáveis, como prática de atividade física e alimentação balanceada. O médico aponta também a importância de fazer todos os exames regularmente, inclusive o de toque retal, que ainda enfrenta preconceitos. “O exame de PSA (Antígeno Prostático Específico) não basta para diagnosticar o tumor, pois em 18% dos casos os níveis aparecem como normais. Por isso, é preciso também passar pelo exame de toque retal. E a resistência da população masculina em realizar esse exame não é só no Brasil. Nos Estados Unidos acontece também, é uma coisa cultural. Mas as campanhas de informação têm ajudado a mostrar a importância do exame, porque nosso trabalho busca prevenir e diagnosticar antes que a doença já esteja avançada”, afirma.
Sobre o Dr. André Berger
André Berger é Urologista, Cirurgião Robótico e Professor. Com mais de 5000 procedimentos robóticos realizados, é considerado um dos profissionais mais experientes da área no Brasil. É especialista em cirurgia robótica para o tratamento de doenças benignas e cânceres geniturinários localizados na próstata, no rim e na bexiga. É coordenador do Núcleo de Robótica do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Também é Coordenador Nacional de Urologia do Grupo Oncoclínicas e Professor Adjuntos no Departamento de Urologia da University of Southern California (USC), em Los Angeles. Nos últimos anos, o especialista também contribuiu no desenvolvimento de programas robóticos em dezenas de hospitais no Brasil e no exterior. Com mais de 60 estudos científicos publicados e apresentados em jornais e congressos nacionais e internacionais, o médico é constantemente convidado como professor visitante para realizar cirurgias demonstrativas, palestras, cursos e treinamentos. Para mais informações: https://drandreberger.com/